Assim como pode ensejar a curiosidade, ampliando as chances de mercado, um título pode também afastar o público -- ou segmentos mais exigentes dele. É o que aconteceu com Fatal, o filme de Isabel Coixet, com Penélope Cruz e Ben Kingsley. Eu mesmo vinha empurrando com a barriga a oportunidade de vê-lo, embora frequentemente provocado pelo cinéfilo e amigo Sérgio Porto. Que bela surpresa. Essa semana vi-o na tevê e, ato contínuo, fui à Livraria Cultura a fim de adquiri-lo para minha coleção.
O enredo é simples: professor universitário de literatura se envolve com uma aluna trinta anos mais nova. O que poderia ser apenas uma pequena aventura entre um homem experiente e uma jovem babando de admiração pelo talento dele, torna-se uma relação madura e cheia de encanto. O sujeito renova-se, renasce para o sempre prodigioso milagre da paixão, que julgara coisa do passado. Ama-a perdidamente e é sinceramente correspondido, até que, influenciado por um amigo confidente, um poeta interpretado à perfeição por Dennis Hopper, toma a decisão de romper com a relação, temeroso de que viesse a sair machucado dela.
A moça sofre horrores com o fim do namoro, mas, sentindo-se rejeitada, encontra forças para tentar levar a vida sem ele. Dois, três anos depois, quando a história parecia encerrada, Consuella (como se chama) recebe de seu médico a notícia desconcertante: está com um câncer de mama avançado e a mastectomia marcada para poucos dias depois. É aí que decide procurar David Kepesch, o professor e ex-amante, na desesperada busca de encontrar nele o apoio de que necessita para enfrentar a doença e a proximidade da morte. Eros e Tanatos, a eterna luta entre os sentimentos de amor e morte, matéria de que se vale recorrentemente a cineasta Isabel Coixet, de cuja filmografia já vira Minha vida sem mim e A vida secreta das palavras.
É o tempero que estava faltando para o filme ganhar em densidade dramática e, acima de tudo, poética. Os dois se amam outra vez, e a cena em que Consuella pede a David para fotografá-la, nua, antes que lhe retirem a mama, é de uma beleza inesquecível.
No hospital, depois da cirurgia, enquanto duas lágrimas serenamente lhe correm pela face, ela indaga: - "Você ainda vai me querer, agora que não sou mais bonita?" Ele lhe diz: - "Hipólita, a rainha das amazonas, tirou o seio direito para atirar com mais destreza suas setas. E ela era deslumbrante. Você lembra de minha primeira aula?" Eu lembro de tudo, ela responde.
O enredo é simples: professor universitário de literatura se envolve com uma aluna trinta anos mais nova. O que poderia ser apenas uma pequena aventura entre um homem experiente e uma jovem babando de admiração pelo talento dele, torna-se uma relação madura e cheia de encanto. O sujeito renova-se, renasce para o sempre prodigioso milagre da paixão, que julgara coisa do passado. Ama-a perdidamente e é sinceramente correspondido, até que, influenciado por um amigo confidente, um poeta interpretado à perfeição por Dennis Hopper, toma a decisão de romper com a relação, temeroso de que viesse a sair machucado dela.
A moça sofre horrores com o fim do namoro, mas, sentindo-se rejeitada, encontra forças para tentar levar a vida sem ele. Dois, três anos depois, quando a história parecia encerrada, Consuella (como se chama) recebe de seu médico a notícia desconcertante: está com um câncer de mama avançado e a mastectomia marcada para poucos dias depois. É aí que decide procurar David Kepesch, o professor e ex-amante, na desesperada busca de encontrar nele o apoio de que necessita para enfrentar a doença e a proximidade da morte. Eros e Tanatos, a eterna luta entre os sentimentos de amor e morte, matéria de que se vale recorrentemente a cineasta Isabel Coixet, de cuja filmografia já vira Minha vida sem mim e A vida secreta das palavras.
É o tempero que estava faltando para o filme ganhar em densidade dramática e, acima de tudo, poética. Os dois se amam outra vez, e a cena em que Consuella pede a David para fotografá-la, nua, antes que lhe retirem a mama, é de uma beleza inesquecível.
No hospital, depois da cirurgia, enquanto duas lágrimas serenamente lhe correm pela face, ela indaga: - "Você ainda vai me querer, agora que não sou mais bonita?" Ele lhe diz: - "Hipólita, a rainha das amazonas, tirou o seio direito para atirar com mais destreza suas setas. E ela era deslumbrante. Você lembra de minha primeira aula?" Eu lembro de tudo, ela responde.
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