Do leitor e amigo Hilton Holanda vem o documento do YouTube com o vídeo da cerimônia de encerramento dos Jogos Mundiais Militares, realizados na cidade do Rio de Janeiro. Mais precisamente, aliás, a apoteótica apresentação do hino nacional brasileiro pelos músicos Wagner Tiso, que assina o arranjo (belíssimo), Antonio Adolfo, Amilton Godoy, Nelson Ayres, João Carlos de Assis Brasil e Artur Moreira Lima. De arrepiar, literalmente!
Refeito da emoção, que havia tempos não sentia diante de uma execução do hino nacional, um tanto vulgarizado nos campos de futebol (quase sempre mal cantado ou apresentado em frações), ocorreu-me lembrar os tempos do arbítrio, quando naturalmente associávamos a execução da peça aos maus-tratos impostos, pelos militares, a estudantes, intelectuais e artistas brasileiros durante a longa noite. Era o tempo do "ame-o ou deixe-o" e do "pra frente Brasil" impulsionado pela tortura e pela execução de tantos filhos da terra amada. O que não pode a democracia, que milagre não é capaz de operar a liberdade?
Pois bem. A transformação teve início com a campanha pela diretas, os inesquecíveis comícios Brasil afora, do Rio e de São Paulo, particularmente, quando a guerreira Fafá de Belém cantou, em praça pública e em um dos seus discos, pela primeira vez, o nosso hino a partir de uma arranjo 'modernoso' que emocionou o país inteiro e trouxe o sentimento pátrio de volta aos corações brasileiros. O despertar do gigante adormecido.
A apresentação desses gênios da música clássica, com direito a inovações ousadas e interpretação originalíssima da composição de Francisco Manuel da Silva, nas circunstâncias de um evento militar, como que repagina não apenas uma combinação sonora do original conhecido. Vai muito além disso: traz em si o grito de protesto contra um estado de coisas que, mesmo num país diferente quanto o Brasil de hoje, de que nos orgulhamos todos, não se deve esquecer. Sem revanchismo, é certo, mas imbuídos da consciência de que o preço dessas conquistas terá sido muito alto. É a mensagem de Wagner Tiso. E a razão por que o 'presente' do amigo Hilton Holanda me emocionou tanto.
Refeito da emoção, que havia tempos não sentia diante de uma execução do hino nacional, um tanto vulgarizado nos campos de futebol (quase sempre mal cantado ou apresentado em frações), ocorreu-me lembrar os tempos do arbítrio, quando naturalmente associávamos a execução da peça aos maus-tratos impostos, pelos militares, a estudantes, intelectuais e artistas brasileiros durante a longa noite. Era o tempo do "ame-o ou deixe-o" e do "pra frente Brasil" impulsionado pela tortura e pela execução de tantos filhos da terra amada. O que não pode a democracia, que milagre não é capaz de operar a liberdade?
Pois bem. A transformação teve início com a campanha pela diretas, os inesquecíveis comícios Brasil afora, do Rio e de São Paulo, particularmente, quando a guerreira Fafá de Belém cantou, em praça pública e em um dos seus discos, pela primeira vez, o nosso hino a partir de uma arranjo 'modernoso' que emocionou o país inteiro e trouxe o sentimento pátrio de volta aos corações brasileiros. O despertar do gigante adormecido.
A apresentação desses gênios da música clássica, com direito a inovações ousadas e interpretação originalíssima da composição de Francisco Manuel da Silva, nas circunstâncias de um evento militar, como que repagina não apenas uma combinação sonora do original conhecido. Vai muito além disso: traz em si o grito de protesto contra um estado de coisas que, mesmo num país diferente quanto o Brasil de hoje, de que nos orgulhamos todos, não se deve esquecer. Sem revanchismo, é certo, mas imbuídos da consciência de que o preço dessas conquistas terá sido muito alto. É a mensagem de Wagner Tiso. E a razão por que o 'presente' do amigo Hilton Holanda me emocionou tanto.
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