De repente, da festa do futebol, surge o caos. O Brasil, de Norte a Sul, parece endemoniado, tomado de fúria como não se via há tempos. Mas por quê, contra ou a favor de quem? Não se sabe ao certo. Nem o que resultará disso. Quem estará por trás, quem, aguçando o olho gordo do oportunismo, espreita à distância, como as ave de rapina a carne podre. Democracia, sim. Mas não a democracia que queremos, mesmo os que carregam no currículo as práticas ortodoxas. A democracia que confunde vandalismo, depredação, com expressão de ideias, com o direito sagrado de dizer sim ou não. E tudo parecia tão em paz. Que Brasil é o Brasil que vemos, atônitos, sem lugar onde repousar as mãos?
Haverá quem diga, claro, que as manifestações que tomaram conta do país nas últimas horas têm um endereço certo: o Governo do PT, a presidente Dilma. Canalhice, ao lado da cegueira mais lamentável, a cegueira dos que não querem ver. Não querem ver que o país mudou, que a impunidade parece, finalmente, ter os seus dias contados. Que os pobres podem, agora, comer, vestir, ter acesso a bens de consumo antes impensáveis. Que o desemprego cai a níveis nunca atingidos, que o Brasil, na contramão do que parecia lógico, possível, mesmo para os mais utópicos, atravessa a crise mundial com tranquilidade, em que pese a alta da inflação, a subida do dólar, as instabilidades próprias do momento em parâmetros globais.
De um amigo, vem, por telefone, a conclusão improvável: coisas do PSTU, numa alusão às práticas radicais de uma esquerda que não é mais possível. De outro, pelo mesmo meio, a apreensão: vai ter retrocesso, como se houvesse, hoje, clima para golpes. De um terceiro, mais sensível às efetivas consequências dos fatos, um comentário sereno e, a princípio, lúcido: abre-se um espaço para o salvador de plantão, relembrando Collor.
O certo, se certeza pode existir em meio à desordem que, num piscar de olhos, cobre de dúvidas uma Nação, é de que perdemos todos, sem exceção, a capacidade de entender o que querem os manifestantes, ou parte significativa deles (refiro-me aos que quebram, destroem, põem por terra a coisa pública). Como li há pouco, já nem lembro onde, escrito por quem, "algo ocorre. O quê, ninguém sabe exatamente". O perigo é que se faça do vandalismo um meio de negociação.
Haverá quem diga, claro, que as manifestações que tomaram conta do país nas últimas horas têm um endereço certo: o Governo do PT, a presidente Dilma. Canalhice, ao lado da cegueira mais lamentável, a cegueira dos que não querem ver. Não querem ver que o país mudou, que a impunidade parece, finalmente, ter os seus dias contados. Que os pobres podem, agora, comer, vestir, ter acesso a bens de consumo antes impensáveis. Que o desemprego cai a níveis nunca atingidos, que o Brasil, na contramão do que parecia lógico, possível, mesmo para os mais utópicos, atravessa a crise mundial com tranquilidade, em que pese a alta da inflação, a subida do dólar, as instabilidades próprias do momento em parâmetros globais.
De um amigo, vem, por telefone, a conclusão improvável: coisas do PSTU, numa alusão às práticas radicais de uma esquerda que não é mais possível. De outro, pelo mesmo meio, a apreensão: vai ter retrocesso, como se houvesse, hoje, clima para golpes. De um terceiro, mais sensível às efetivas consequências dos fatos, um comentário sereno e, a princípio, lúcido: abre-se um espaço para o salvador de plantão, relembrando Collor.
O certo, se certeza pode existir em meio à desordem que, num piscar de olhos, cobre de dúvidas uma Nação, é de que perdemos todos, sem exceção, a capacidade de entender o que querem os manifestantes, ou parte significativa deles (refiro-me aos que quebram, destroem, põem por terra a coisa pública). Como li há pouco, já nem lembro onde, escrito por quem, "algo ocorre. O quê, ninguém sabe exatamente". O perigo é que se faça do vandalismo um meio de negociação.
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