Com a morte de Erasmo Alencar termina um capítulo importante da história de Iguatu.
Foi ele o último 'exemplar' de um contingente de homens notáveis pela forma como encaravam o dia a dia das lides políticas, num tempo em que o candidato sabia de cor o nome de cada eleitor, andava de casa em casa, tomava com ele o café forte no terreiro de casa durante os muitos dedos de prosa. Um tempo em que se chegava "junto" nos momentos de aflição de sua família, mesmo nos mais ermos grotões.
Isto, para não esquecer, é óbvio, que me reporto (insisto!) a uma época em que se construíam lideranças verdadeiras, na experiência viva das circunstâncias as mais difíceis. Tempos dos comícios desprovidos do aparato tecnológico e das mídias, da estetização dos atos em praça pública, do "showmício" e do dinheiro fácil, a exemplo do que se tornou recorrente nas campanhas de um passado recente.
Lembro da simplicidade que era talvez a sua marca mais inconfundível, o jeito com que sabia tratar dos assuntos mais delicados e surpreendentes, o que lhe custaria a exploração da imagem no folclore político da cidade.
A propósito, era famosa a sua iluminada presença de espírito. Ocorrem-me, no momento em que escrevo esta coluna, algumas de suas 'tiradas' impagáveis, como na vez em que, por equívoco, teria dirigido-se a um desconhecido que o espreitava à distância, com insistência, para lhe reafirmar um emprego prometido.
Por vezes, ouvi do próprio Erasmo muitas dessas estórias curiosas, às quais dispensava, bonachão, o tratamento mais desarmado, pontuado pela forma sempre bem-humorada com que se ocupava de tudo, mesmo dos problemas de resto rotineiros na atividade de qualquer homem público.
Por isso, como bom iguatuense, sinto muito a sua morte. E lamento ter a consciência de que nos deixa o último exemplar de um humanismo que não mais existe entre os homens públicos de minha cidade. O humanismo que se revela nas coisas simples do dia a dia, e que, na contramão da lógica dos tempos de hoje, era um traço marcante do perfil de Erasmo Alencar.
Seu recolhimento (e o sofrimento de última hora), na casinha de sua Cruz de Pedra amada, envolve um simbolismo que haverá de dispensar explicação. Ali morreu um homem do Bem. E, com ele, uma lenda de nossas tradições.
Foi ele o último 'exemplar' de um contingente de homens notáveis pela forma como encaravam o dia a dia das lides políticas, num tempo em que o candidato sabia de cor o nome de cada eleitor, andava de casa em casa, tomava com ele o café forte no terreiro de casa durante os muitos dedos de prosa. Um tempo em que se chegava "junto" nos momentos de aflição de sua família, mesmo nos mais ermos grotões.
Isto, para não esquecer, é óbvio, que me reporto (insisto!) a uma época em que se construíam lideranças verdadeiras, na experiência viva das circunstâncias as mais difíceis. Tempos dos comícios desprovidos do aparato tecnológico e das mídias, da estetização dos atos em praça pública, do "showmício" e do dinheiro fácil, a exemplo do que se tornou recorrente nas campanhas de um passado recente.
Lembro da simplicidade que era talvez a sua marca mais inconfundível, o jeito com que sabia tratar dos assuntos mais delicados e surpreendentes, o que lhe custaria a exploração da imagem no folclore político da cidade.
A propósito, era famosa a sua iluminada presença de espírito. Ocorrem-me, no momento em que escrevo esta coluna, algumas de suas 'tiradas' impagáveis, como na vez em que, por equívoco, teria dirigido-se a um desconhecido que o espreitava à distância, com insistência, para lhe reafirmar um emprego prometido.
Por vezes, ouvi do próprio Erasmo muitas dessas estórias curiosas, às quais dispensava, bonachão, o tratamento mais desarmado, pontuado pela forma sempre bem-humorada com que se ocupava de tudo, mesmo dos problemas de resto rotineiros na atividade de qualquer homem público.
Por isso, como bom iguatuense, sinto muito a sua morte. E lamento ter a consciência de que nos deixa o último exemplar de um humanismo que não mais existe entre os homens públicos de minha cidade. O humanismo que se revela nas coisas simples do dia a dia, e que, na contramão da lógica dos tempos de hoje, era um traço marcante do perfil de Erasmo Alencar.
Seu recolhimento (e o sofrimento de última hora), na casinha de sua Cruz de Pedra amada, envolve um simbolismo que haverá de dispensar explicação. Ali morreu um homem do Bem. E, com ele, uma lenda de nossas tradições.