quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Dilma presidente

A concluir pelo que dizem as pesquisas, a farsa da bolinha de papel, que seria a bala do tigre, resultou mal para o farsante. Ou seja, o tiro saiu pela culatra. Dilma cresceu em média dois pontos, Serra caiu dois. A quatro dias da eleição, pois escrevo esta coluna na quarta-feira 27, acho que as favas estão contadas, e o povo brasileiro, em sua maioria, está decidido a colocar pela primeira vez uma mulher como presidente da República. Um feito. E um reconhecimento aos avanços do atual governo, que elevou a condição de vida dos brasileiros mais pobres a níveis confortáveis, entre outras conquistas que só os adversários não querem ver. Realidade que Dilma, queira-se ou não, ajudou a construir.
 
Serra lutou, é verdade. Dessa vez, no entanto, lamentavelmente maculando a sua história de ex-presidente da UNE, ex-homem de esquerda, os 14 anos de exílio, os mandatos de deputado, senador, até onde sei marcados pela correção de ideias e ações, uma vez que pesam sobre o executivo, prefeito de São Paulo e governador do Estado mais rico do país acusações que ficaram até aqui sem defesas consistentes. No desespero, depois de uma animação sustentada nas primeiras pesquisas pós-primeiro turno, lançou mão de expedientes inescrupulosos, liderando uma campanha difamatória de que a história da nossa democracia se envergonhará.
 
Lula e Dilma multiplicaram-se, apoiados em números inequivocamente favoráveis ao seu governo, e na adesão convincente de intelectuais e artistas de peso, na linha do que fizeram expoentes como Chico Buarque de Holanda e Leonardo Boff, para ficar num exemplo. Souberam com equilíbrio e racionalidade lidar com a infâmia, a difamação, a calúnia, que passaram a ser a arma pretensamente mortífera do PSDB. Como disse, o tiro saiu pela culatra, e a realidade dos fatos aponta para uma vitória inconteste da candidata do PT.
 
Como, maliciosamente, afirmou Eliane Cantanhêde, jornalista do mais serrista matutino brasileiro, a Folha de São Paulo, "a eleição caminha, portanto, para a eleição [sic] da primeira mulher presidente do Brasil. Ou, na prática, para um terceiro mandato de Lula. A ver."
 
De fato, e em termos mais condizentes com os pressupostos da democracia, o presidente Lula, com a eleição de Dilma nesse domingo 31, fecha de forma acima de bem sucedida o seu ciclo, e começa uma nova etapa na sua trajetória vitoriosa como homem público e como cidadão, afastando-se apenas temporariamente de Brasília e do poder. Os mais de 80 por cento de aprovação, inéditos em toda a história do país, ao lado do prestígio de que goza além-fronteiras, parecem demonstrar concretas possibilidades de retorno de Lula ao posto de presidente da República. Que seja.
 
 
 
 

3 comentários:

  1. Meu Amor, apesar de não querer votar em nenhum candidato concordo com suas palavras, sempre inteligentes e bem colocadas.

    Um beijo do seu amor,

    Regina Jereissati

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  2. Ih, o elogio vindo de você é coisa que aumenta em muito a nossa responsabilidade. Além de ser, reconhecidamente, uma das mulheres mais lindas do Ceará, como sempre, emite juízos que nos fazem pensar! Fico com Dilma, mesmo assim!

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  3. Sendo reconhecida só por você, é o que me deixa feliz.

    Afinal de contas sou sua namorada!

    Bjs Regina

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