Outro dia, uma amiga me enviou um texto em que aparece uma bela definição de saudade, este sentimento sobre o qual tenho escrito tantas vezes no blog: "Saudade é o amor que fica!" Li-a, e me entreguei a uma divagação gostosa (e um tanto triste, é verdade!) sobre pessoas que passaram em minha vida e que, às vezes na contramão do que seria mais lógico, continuam vivas no coração, apesar do tempo e da distância. Só então pude ver que é mesmo assim: Saudade é o amor que fica!
Uma a uma, foram voltando à mente algumas outras definições, na literatura, na música, no cinema. Proust, o escritor francês de Em busca do tempo perdido, um livro que marcou minha vida, levanta sobre a saudade uma questão desconcertante: "Para quem ama, não será a ausência a mais certa, a mais eficaz, a mais indestrutível, a mais fiel das presenças?" Para Bob Marley, "Saudade é um sentimento que, quando não cabe mais no coração, escorre pelos olhos." Em Asa Partida, a mais bela, a mais comovente de suas músicas, Raimundo Fagner desabafa: "E continua o teu sorriso no meu peito, esta saudade, o cigarrro, a luz acesa. E esta noite posta sobre a mesa." Diz isto antes de concluir: "Eu não queria a vida desse jeito, meu olho armando o bote sem futuro!"
Que dizer da afirmação certeira de Charles Baudelaire?: "Aos olhos da saudade, como o mundo é pequeno!" Ou uma outra, atribuída a Pablo Neruda: "Saudade é amar um passado que ainda não passou; é recusar um presente que nos machuca; é não ver o futuro que nos convida." O educador Rubem Alves, nos clarifica que "A saudade é nossa alma dizendo para onde ela quer voltar." Ocorre-me lembrar dos versos, não do seu autor: "Saudade é solidão acompanhada, é quando o amor não foi embora, mas a pessoa amada sim." E Cecília, "Quando penso em você, encho os olhos de saudade." De Martha Medeiros, a adorável cronista gaúcha, vem a sábia reflexão: "Saudade a gente tem é dos pedaços de 'nós' que ficaram pelo caminho."
Há, contudo, sobre a saudade, versos mais 'valentes', como o de Ana Carolina, na letra de uma canção: "Eu não te procurei para que a saudade fortalecesse o nosso amor!" Mais frios, como em Pessoa: "O mundo é dos que não sentem..." Mais ternos, como em Quintana: "Se me esqueceres, esquece-me bem devagarinho." Impassíveis, como em La Fontaine: "A ausência tanto é um remédio contra o ódio, como um veneno contra o amor!"
Na poesia memorialística de Drummond deparamos com o verso antológico: "Itabira é apenas um retrato na parede. Mas como dói!" Nos meus tempos de menino, ouvia minha mãe cantar: "Saudade, torrente de paixão. Emoção diferente, que aniquila a vida da gente... Uma dor que não sei de onde vem." Minha mãe tinha uma veia poética e escrevia cartas lindíssimas. Certa vez, estando eu distante, que quase criança já corria as estradas do mundo, disse-me numa delas: "Filho, toda noite, pelas oito horas, olha para a lua, se lua houver. Através dela, meus olhos haverão de encontrar os teus!" Lembro disso e o peito se abre ao meio. Isto o que a saudade é!
Uma a uma, foram voltando à mente algumas outras definições, na literatura, na música, no cinema. Proust, o escritor francês de Em busca do tempo perdido, um livro que marcou minha vida, levanta sobre a saudade uma questão desconcertante: "Para quem ama, não será a ausência a mais certa, a mais eficaz, a mais indestrutível, a mais fiel das presenças?" Para Bob Marley, "Saudade é um sentimento que, quando não cabe mais no coração, escorre pelos olhos." Em Asa Partida, a mais bela, a mais comovente de suas músicas, Raimundo Fagner desabafa: "E continua o teu sorriso no meu peito, esta saudade, o cigarrro, a luz acesa. E esta noite posta sobre a mesa." Diz isto antes de concluir: "Eu não queria a vida desse jeito, meu olho armando o bote sem futuro!"
Que dizer da afirmação certeira de Charles Baudelaire?: "Aos olhos da saudade, como o mundo é pequeno!" Ou uma outra, atribuída a Pablo Neruda: "Saudade é amar um passado que ainda não passou; é recusar um presente que nos machuca; é não ver o futuro que nos convida." O educador Rubem Alves, nos clarifica que "A saudade é nossa alma dizendo para onde ela quer voltar." Ocorre-me lembrar dos versos, não do seu autor: "Saudade é solidão acompanhada, é quando o amor não foi embora, mas a pessoa amada sim." E Cecília, "Quando penso em você, encho os olhos de saudade." De Martha Medeiros, a adorável cronista gaúcha, vem a sábia reflexão: "Saudade a gente tem é dos pedaços de 'nós' que ficaram pelo caminho."
Há, contudo, sobre a saudade, versos mais 'valentes', como o de Ana Carolina, na letra de uma canção: "Eu não te procurei para que a saudade fortalecesse o nosso amor!" Mais frios, como em Pessoa: "O mundo é dos que não sentem..." Mais ternos, como em Quintana: "Se me esqueceres, esquece-me bem devagarinho." Impassíveis, como em La Fontaine: "A ausência tanto é um remédio contra o ódio, como um veneno contra o amor!"
Na poesia memorialística de Drummond deparamos com o verso antológico: "Itabira é apenas um retrato na parede. Mas como dói!" Nos meus tempos de menino, ouvia minha mãe cantar: "Saudade, torrente de paixão. Emoção diferente, que aniquila a vida da gente... Uma dor que não sei de onde vem." Minha mãe tinha uma veia poética e escrevia cartas lindíssimas. Certa vez, estando eu distante, que quase criança já corria as estradas do mundo, disse-me numa delas: "Filho, toda noite, pelas oito horas, olha para a lua, se lua houver. Através dela, meus olhos haverão de encontrar os teus!" Lembro disso e o peito se abre ao meio. Isto o que a saudade é!
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