Um dia vem o fim, comum a todos os mortais, já dizia Sófocles lá pelos quase 500 anos antes de Cristo. É o que tem ocorrido a tantos iguatuenses queridos nesses últimos meses. Marca da cidade que cresce, e esses acontecimentos vão se tornando coisa de rotina. Mas nós, os ausentes, sobremaneira, carregamos no peito as lembranças de uma cidadezinha que não mais existe, provinciana, pequena, tempos em que morrer parecia ser um acontecimento raro -- e ficava toda uma população comovida com o fato. Esta a razão por que ando triste nesses últimos dias. Não vou contar, prática que não se recomenda, mas foram muitos. Gente a quem aprendemos a querer bem, com quem dividimos momentos que, por certo, haverão de ficar no filme da retina. E no mais profundo do coração, o que mais importa.
Semana que passou, como obra do acaso, pelo menos para mim, que não o via há muitos anos, morreu Cesar Costa, meu vizinho durante uma fase boa da minha vida. Em rigor, Cesar e eu morávamos em frente um do outro, porta à porta, o que nos conferia (a nossas famílias) uma intimidade que só nos aproximou muito, num tipo de convivência admirável, reeditando os costumes da tal cidadezinha do interior a que me referi faz pouco.
Quando ontem, ao telefone com Emídio Neto, presidente do Rotary Club de Iguatu, lamentávamos juntos sua morte, passei em revista tanta coisa daquele tempo... Recordações que só confirmam: Cesar Costa foi uma pessoa formidável! Formidável no sentido mais pleno do termo, no desapego de sua espontânea informalidade, no jeito manso com que soube fazer amigos e tratar bem daqueles que precisavam de sua ajuda como o médico generoso que invariavelmente foi.
Lembro de uma fato, apenas, que destoa no que diz respeito a nossa amizade. Era por volta de 1982, 83, se não me falha a memória, quando assuntos da política local nos levaram a um ligeiro embate, que, por pouco, não deslizava para o campo da força física. Fato lamentável, é verdade, não fossem os bons sentimentos que nos uniam maiores que os rompantes da irracionalidade, naqueles instante, de ambos os lados, diga-se de passagem. Política tupiniquim!
Que me perdoem o metro com que meço o passar das horas para dizer o que viria a se dar com o evoluir dos fatos: dois ou três uísques depois, estávamos Cesar e eu sentados à mesma mesa, rindo um do outro como só sabem fazer os bons amigos. Até disso, quando sento à frente do computador para escrever esta crônica, morro de saudade, que os tempos, dizia eu há pouco, eram tempos bons, de um Iguatu que não existe mais.
Agora que "a indesejada das gentes" lhe chegou, como num verso de Bandeira, não tenho dúvidas: terá encontrado "a casa limpa, a mesa posta, com cada coisa em seu lugar", que Cesar foi, antes de tudo, um belo pai, um chefe de família de que recordo com uma admiração e um carinho de que se fez, com sobra, merecedor. Bom descanso, amigo!
Semana que passou, como obra do acaso, pelo menos para mim, que não o via há muitos anos, morreu Cesar Costa, meu vizinho durante uma fase boa da minha vida. Em rigor, Cesar e eu morávamos em frente um do outro, porta à porta, o que nos conferia (a nossas famílias) uma intimidade que só nos aproximou muito, num tipo de convivência admirável, reeditando os costumes da tal cidadezinha do interior a que me referi faz pouco.
Quando ontem, ao telefone com Emídio Neto, presidente do Rotary Club de Iguatu, lamentávamos juntos sua morte, passei em revista tanta coisa daquele tempo... Recordações que só confirmam: Cesar Costa foi uma pessoa formidável! Formidável no sentido mais pleno do termo, no desapego de sua espontânea informalidade, no jeito manso com que soube fazer amigos e tratar bem daqueles que precisavam de sua ajuda como o médico generoso que invariavelmente foi.
Lembro de uma fato, apenas, que destoa no que diz respeito a nossa amizade. Era por volta de 1982, 83, se não me falha a memória, quando assuntos da política local nos levaram a um ligeiro embate, que, por pouco, não deslizava para o campo da força física. Fato lamentável, é verdade, não fossem os bons sentimentos que nos uniam maiores que os rompantes da irracionalidade, naqueles instante, de ambos os lados, diga-se de passagem. Política tupiniquim!
Que me perdoem o metro com que meço o passar das horas para dizer o que viria a se dar com o evoluir dos fatos: dois ou três uísques depois, estávamos Cesar e eu sentados à mesma mesa, rindo um do outro como só sabem fazer os bons amigos. Até disso, quando sento à frente do computador para escrever esta crônica, morro de saudade, que os tempos, dizia eu há pouco, eram tempos bons, de um Iguatu que não existe mais.
Agora que "a indesejada das gentes" lhe chegou, como num verso de Bandeira, não tenho dúvidas: terá encontrado "a casa limpa, a mesa posta, com cada coisa em seu lugar", que Cesar foi, antes de tudo, um belo pai, um chefe de família de que recordo com uma admiração e um carinho de que se fez, com sobra, merecedor. Bom descanso, amigo!
Prezado Álder
ResponderExcluirEm primeiro lugar, meus sentimentos pelo passamento de seu grande amigo de Iguatu, Cesar Costa.
Valho-me da seção de comentários do seu Blog para informar que entre o Rio de Janeiro e Belo Horizonte concluí a leitura de seu agradabilíssimo livro “Do amor e outras crônicas”. Seu estilo coloquial é leitura agradável que nos mergulha em reflexões. Sua argumentação convincente me fez muitas vezes discutir intimamente com princípios meus já consolidados. Seu estilo leve, agradável, muitas vezes me deu a impressão de estarmos conversando.
No último parágrafo da página 112, as palavras “não menos encantadora” mereciam estar em destaque. O mesmo digo para “parecemos encantados com a equivocada compreensão do que é a liberdade humana”, também no último parágrafo, da página 122. E, para finalizar, também no último parágrafo da página 130, “Aceitar ..... corações.” Veja que minhas observações questionam o “eterno enquanto dure” do poeta.
Creio que se eu tivesse me defrontado com o Fídel Castro como relatado por você na página 82, também teria derramado emocionadas lágrimas. Certamente que de natureza bem diversa das suas.
Um forte abraço, esperando que continue nos brindando com seus textos que acompanho semanalmente.
José Luiz