Termina o ano de 2014 sob o olhar negativista de parte considerável de nossa imprensa. Desconfiança à parte, não há como fechar os olhos para o que orienta alguns dos nossos maiores órgãos de comunicação, bem na linha do que fazem a revista Veja, o jornal Folha de S. Paulo e a rede Globo de Televisão: é força organizada contra um modelo de governo que se volta, como nunca antes, para os menos favorecidos da sociedade, e cujas ações acabam por respingar nos interesses de uma elite arcaica e inconformada com uma série de avanços que, em alguma proporção, têm diminuído a distância entre os que dominam e os que são dominados. Por gigantesca e desumana que ainda seja a referida distância, não é preciso dizer.
A insatisfação beira o inominável, o que explica à perfeição a divisão do país nas eleições de outubro. A repercutir o drama, note-se como os eleitores de Aécio Neves insistem na ridícula expectativa de um terceiro turno, em que pesem as afirmações em contrário do TSE e do Supremo, como declarado por seus maiores representantes durante solenidade de diplomação da presidente Dilma Rousseff em meados do mês de dezembro. E, mais ainda, as evidências de que o Brasil, apesar dos pesares, vive hoje uma democracia de fazer inveja a países da Europa e os Estados Unidos. Para não falar que Rousseff inicia seu segundo mandato com a adoção de medidas que tendem a dar um melhor rumo ao país a partir do ano que se inicia.
É ser minimamente imparcial para constatar que a presidente 'largou' com vantagens expressivas sobre os últimos meses de governo no que tange ao fortalecimento de sua estrutura política. Na contramão do que ribombam os noticiários, as bases de apoio no Congresso parecem finalmente poder respirar ares menos viciados. Na medida em que contempla os partidos que lhe dão sustentação com uma distribuição de ministérios importantes, a presidente o fez de forma mais atenta para a correlação de forças que compõem essas bases, azeitando previamente as engrenagens que garantirão uma governabilidade tranquila até 2018. É previsível, pois, que leve a efeito medidas impensáveis na perspectiva de seu primeiro mandato, como manter sob controle parlamentares que terminaram o ano de 2014 alinhados a uma oposição inescrupulosa e revanchista. Mas o faz, como tem dado a ver, com maior disposição para o diálogo, no que se mostrara até aqui visivelmente inábil como governante.
2015, assim, mesmo em face de dificuldades já esperadas pelo próprio governo, tem tudo para transcorrer sem sobressaltos. Se não será, por certo, um ano de muitas realizações (muito pelo contrário), tende a viver em níveis suportáveis ajustes na economia, um ritmo de crescimento pífio nos próximos doze meses e uma inflação quando menos compatível com a de 2014. Esses fatores, claro, associados a uma acomodação das instabilidades decorrentes da crise na Petrobras, ainda que o andar das investigações venha a atingir nomes indiretamente ligados à presidente. O que pesa (e pesa de forma decisiva), a esta altura dos acontecimentos, é que parece incontornável, até para quadros da oposição, a figura ilibada de Dilma como figura capaz de conduzir o país, com sucesso, pelos próximos quatro anos. Assim seja.
A insatisfação beira o inominável, o que explica à perfeição a divisão do país nas eleições de outubro. A repercutir o drama, note-se como os eleitores de Aécio Neves insistem na ridícula expectativa de um terceiro turno, em que pesem as afirmações em contrário do TSE e do Supremo, como declarado por seus maiores representantes durante solenidade de diplomação da presidente Dilma Rousseff em meados do mês de dezembro. E, mais ainda, as evidências de que o Brasil, apesar dos pesares, vive hoje uma democracia de fazer inveja a países da Europa e os Estados Unidos. Para não falar que Rousseff inicia seu segundo mandato com a adoção de medidas que tendem a dar um melhor rumo ao país a partir do ano que se inicia.
É ser minimamente imparcial para constatar que a presidente 'largou' com vantagens expressivas sobre os últimos meses de governo no que tange ao fortalecimento de sua estrutura política. Na contramão do que ribombam os noticiários, as bases de apoio no Congresso parecem finalmente poder respirar ares menos viciados. Na medida em que contempla os partidos que lhe dão sustentação com uma distribuição de ministérios importantes, a presidente o fez de forma mais atenta para a correlação de forças que compõem essas bases, azeitando previamente as engrenagens que garantirão uma governabilidade tranquila até 2018. É previsível, pois, que leve a efeito medidas impensáveis na perspectiva de seu primeiro mandato, como manter sob controle parlamentares que terminaram o ano de 2014 alinhados a uma oposição inescrupulosa e revanchista. Mas o faz, como tem dado a ver, com maior disposição para o diálogo, no que se mostrara até aqui visivelmente inábil como governante.
2015, assim, mesmo em face de dificuldades já esperadas pelo próprio governo, tem tudo para transcorrer sem sobressaltos. Se não será, por certo, um ano de muitas realizações (muito pelo contrário), tende a viver em níveis suportáveis ajustes na economia, um ritmo de crescimento pífio nos próximos doze meses e uma inflação quando menos compatível com a de 2014. Esses fatores, claro, associados a uma acomodação das instabilidades decorrentes da crise na Petrobras, ainda que o andar das investigações venha a atingir nomes indiretamente ligados à presidente. O que pesa (e pesa de forma decisiva), a esta altura dos acontecimentos, é que parece incontornável, até para quadros da oposição, a figura ilibada de Dilma como figura capaz de conduzir o país, com sucesso, pelos próximos quatro anos. Assim seja.