Para quem ainda duvidava, abrem-se as evidências: o para Francisco inaugura um novo tempo na Igreja Católica. É bastante ouvir (ou ler, como fiz) o seu pronunciamento 'oficial' em Santa Cruz de la Sierra, para que se compreenda em que bases teóricas sustenta-se o seu pontificado.
Francisco traça os rumos de uma ação evangelizadora pautada na consciência de que o capitalismo é a causa essencial de todos os males que afetam a humanidade, e o dinheiro o "esterco do Diabo", como, reeditando Basílio de Cesareia (330-379), ponderou sem meias-palavras.
Para Francisco, como de resto para todos aqueles que não se beneficiam diretamente do modelo perverso (e constroem sobre seus alicerces uma falsa felicidade), nasce e cresce entre o pobres a "globalização da esperança", como define a formação de um novo espírito diante dos conflitos que assolam todos os países.
Assevera adiante: "Dentro dessa minoria cada vez menor que acredita que se beneficia deste sistema reinam a insatisfação e especialmente a tristeza", acrescentou.
Trata-se, como se pode concluir claramente, do mais político e decisivo dos seus discursos em mais de dois anos de pontificado, que, na sua substancialidade, propõe mudanças estruturais jamais admitidas pelo Vaticano.
Francisco ataca frontalmente a inversão de valores e o que chama de "ditadura sutil", reportando-se ao capitalismo. Conclama os governantes a realizar "três grandes tarefas" na economia, na união dos povos e na preservação ambiental.
Diante das mais representativas lideranças populares, sem pronunciar o nome, alude a fundamentos marxistas: "Digamos sem medo: queremos uma mudança real, uma mudança de estruturas. Este sistema já não se aguenta, os camponeses, os trabalhadores, as comunidades e os povos tampouco aguentam." E completou: "Tampouco aguenta a Terra, a irmã Mãe Terra, como dizia São Francisco."
Vai além, para atacar "a concentração monopólica dos meios de comunicação que pretende impor pautas alienantes de consumo e certa uniformidade cultural." Para Francisco, o que fazem os impérios da comunicação tem um nome: "colonialismo ideológico."
Desce às bases do modo de produção: "A distribuição justa dos frutos da terra e do trabalho humano é dever moral. Para cristãos, um mandamento. Trata-se de devolver aos pobres o que lhes pertence."
Pontua ideologicamente o discurso, ecoando a esquerda latino-americana e o conceito de "pátria grande" professado, entre nós, por alguém chamado Luís Inácio Lula da Silva: "É preciso unir os povos no caminho da paz e da justiça."
O papa, a partir de sua visita à Bolívia, pois, dividiu definitivamente os rumos do catolicismo em duas águas. Resta saber em qual dessas os católicos de todo o continente (e do mundo), queremos navegar.
Francisco traça os rumos de uma ação evangelizadora pautada na consciência de que o capitalismo é a causa essencial de todos os males que afetam a humanidade, e o dinheiro o "esterco do Diabo", como, reeditando Basílio de Cesareia (330-379), ponderou sem meias-palavras.
Para Francisco, como de resto para todos aqueles que não se beneficiam diretamente do modelo perverso (e constroem sobre seus alicerces uma falsa felicidade), nasce e cresce entre o pobres a "globalização da esperança", como define a formação de um novo espírito diante dos conflitos que assolam todos os países.
Assevera adiante: "Dentro dessa minoria cada vez menor que acredita que se beneficia deste sistema reinam a insatisfação e especialmente a tristeza", acrescentou.
Trata-se, como se pode concluir claramente, do mais político e decisivo dos seus discursos em mais de dois anos de pontificado, que, na sua substancialidade, propõe mudanças estruturais jamais admitidas pelo Vaticano.
Francisco ataca frontalmente a inversão de valores e o que chama de "ditadura sutil", reportando-se ao capitalismo. Conclama os governantes a realizar "três grandes tarefas" na economia, na união dos povos e na preservação ambiental.
Diante das mais representativas lideranças populares, sem pronunciar o nome, alude a fundamentos marxistas: "Digamos sem medo: queremos uma mudança real, uma mudança de estruturas. Este sistema já não se aguenta, os camponeses, os trabalhadores, as comunidades e os povos tampouco aguentam." E completou: "Tampouco aguenta a Terra, a irmã Mãe Terra, como dizia São Francisco."
Vai além, para atacar "a concentração monopólica dos meios de comunicação que pretende impor pautas alienantes de consumo e certa uniformidade cultural." Para Francisco, o que fazem os impérios da comunicação tem um nome: "colonialismo ideológico."
Desce às bases do modo de produção: "A distribuição justa dos frutos da terra e do trabalho humano é dever moral. Para cristãos, um mandamento. Trata-se de devolver aos pobres o que lhes pertence."
Pontua ideologicamente o discurso, ecoando a esquerda latino-americana e o conceito de "pátria grande" professado, entre nós, por alguém chamado Luís Inácio Lula da Silva: "É preciso unir os povos no caminho da paz e da justiça."
O papa, a partir de sua visita à Bolívia, pois, dividiu definitivamente os rumos do catolicismo em duas águas. Resta saber em qual dessas os católicos de todo o continente (e do mundo), queremos navegar.
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