Moro no Papicu, a 9 quilômetros de onde trabalho, o CEFET-CE, nas proximidades da Reitoria da UFC. Em condições normais de trânsito, por certo, faria de carro este percurso em dez ou quinze minutos. Nos últimos meses, no entanto, esse tempo de deslocamento tem aumentado significativamente. Agora, são necessários quarenta, cinqüenta minutos - não raro, uma hora, sobretudo se o faço em horários de pico. Levantamentos do crescimento da frota de automóveis em Fortaleza dão conta de que algo em torno de quatro mil veículos são emplacados todos os meses na Capital. Fácil concluir: em pouco tempo o tráfego da cidade resultará impraticável.
Editorial da Folha de São Paulo, edição de 8 do corrente, comenta pesquisa do Datafolha realizada na capital paulista sobre o problema na maior cidade do país. A matéria, intitulada Custo São Paulo, focaliza dado, segundo o jornal, surpreendente: 56% dos 1.089 paulistanos ouvidos mostram-se favoráveis a ampliar o rodízio de veículos de um para dois dias por semana. Sem desconsiderar o fato de que se trata, como disse, da maior cidade do país, em que se agigantam este e outros problemas comuns nas grandes metrópoles, o editorial da Folha parece constituir um chamamento para o resto das capitais brasileiras. Fiquemos com Fortaleza, que nos interessa mais de perto.
Sem um projeto de engenharia de trânsito eficiente (se é que existe projeto algum), com artérias mal assistidas em termos de organização urbana, bairros desprovidos de atenção administrativa em níveis minimamente satisfatórios, sistema de escoamento de tráfego adequado nos pontos considerados críticos etc., vemos aos poucos a cidade se transformar num inferno para aqueles que dirigem seus automóveis e, em proporções decerto maiores, para os que, não dispondo deste meio, são condicionados a utilizar transportes coletivos. Resultado: se em São Paulo os moradores desperdiçam 109 minutos por dia presos no tráfego, guardadas as proporções devidas, o mesmo problema vem atingindo impiedosamente os fortalezenses, o que, a exemplo do que apontam estudos levados a efeito na capital paulista, acarreta para a nossa economia prejuízos ainda não examinados pelas nossas autoridades constituídas. Isso para não falar das dificuldades pessoais que o cidadão é levado a enfrentar todos os dias, em detrimento de sua capacidade produtiva e do seu bem-estar, que é um dos direitos constitucionais básicos de qualquer sociedade politicamente conduzida de forma racional.
Com a oferta de automóveis em condições de financiamento tentadoras, prestações baixas e tempo de pagamento que chega a cem meses, é óbvio que o aumento da frota tende a crescer nos próximos anos em ritmo vertiginoso. É o caos anunciado. Urge que se busquem alternativas de ação governamental urgentes nas esferas municipal, estadual e federal, sob pena de, em pouco tempo, vermos a ‘Fortaleza bela’ transformar-se num dos mais complicados centros urbanos brasileiros. Para o prejuízo de todos, sobremaneira - e como sempre! - para os menos favorecidos socialmente.
Editorial da Folha de São Paulo, edição de 8 do corrente, comenta pesquisa do Datafolha realizada na capital paulista sobre o problema na maior cidade do país. A matéria, intitulada Custo São Paulo, focaliza dado, segundo o jornal, surpreendente: 56% dos 1.089 paulistanos ouvidos mostram-se favoráveis a ampliar o rodízio de veículos de um para dois dias por semana. Sem desconsiderar o fato de que se trata, como disse, da maior cidade do país, em que se agigantam este e outros problemas comuns nas grandes metrópoles, o editorial da Folha parece constituir um chamamento para o resto das capitais brasileiras. Fiquemos com Fortaleza, que nos interessa mais de perto.
Sem um projeto de engenharia de trânsito eficiente (se é que existe projeto algum), com artérias mal assistidas em termos de organização urbana, bairros desprovidos de atenção administrativa em níveis minimamente satisfatórios, sistema de escoamento de tráfego adequado nos pontos considerados críticos etc., vemos aos poucos a cidade se transformar num inferno para aqueles que dirigem seus automóveis e, em proporções decerto maiores, para os que, não dispondo deste meio, são condicionados a utilizar transportes coletivos. Resultado: se em São Paulo os moradores desperdiçam 109 minutos por dia presos no tráfego, guardadas as proporções devidas, o mesmo problema vem atingindo impiedosamente os fortalezenses, o que, a exemplo do que apontam estudos levados a efeito na capital paulista, acarreta para a nossa economia prejuízos ainda não examinados pelas nossas autoridades constituídas. Isso para não falar das dificuldades pessoais que o cidadão é levado a enfrentar todos os dias, em detrimento de sua capacidade produtiva e do seu bem-estar, que é um dos direitos constitucionais básicos de qualquer sociedade politicamente conduzida de forma racional.
Com a oferta de automóveis em condições de financiamento tentadoras, prestações baixas e tempo de pagamento que chega a cem meses, é óbvio que o aumento da frota tende a crescer nos próximos anos em ritmo vertiginoso. É o caos anunciado. Urge que se busquem alternativas de ação governamental urgentes nas esferas municipal, estadual e federal, sob pena de, em pouco tempo, vermos a ‘Fortaleza bela’ transformar-se num dos mais complicados centros urbanos brasileiros. Para o prejuízo de todos, sobremaneira - e como sempre! - para os menos favorecidos socialmente.
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