segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

As time goes by

Leitor comenta crônica que publiquei sobre Casablanca e discorda de que a cena final do filme seja a mais bonita. Gosto à parte, faz referência à cena em que Laszlo, ao ver soldados cantarem o hino da Alemanha, manda que a orquestra do Rick's Bar execute a Marselhesa, que, a uma só voz, é entoada pelos franceses que ali se encontram. De fato emocionante, esta cena é o outro grande momento do filme Michael Curtiz.

Acho, contudo, que a cena final de Casablanca diz mais do enredo do filme, a história de amor que envolve Ilsa, Rick e Laszlo. A propósito, uma outra cena é particularmente tocante. Refiro-me ao encontro de Ilsa e Rick, quando fica evidenciado que os ex-namorados continuam apaixonados. Ao deparar com Ilsa, Rick manda que o pianista Sam toque a belíssima As Time Goes By, música que marcara o seu romance com Ilsa em Paris:

Você precisa lembrar disso:
Um beijo é sempre um beijo
Um gesto de emoção.
Coisas marcantes acontecem
Enquanto o tempo passa.

E quando dois amantes
Declaram que se amam
Esteja certo
Que o futuro não importa
Enquanto o tempo passa.

Os luares e as canções de amor,
O ciúme e o ódio
Que movem os corações apaixonados.
Tudo tem seu tempo.
A verdade é que
O homem e a mulher
São partes um do outro.

Esta história é a mesma velha história:
Na luta pelo amor e pela glória
Se ganha aqui, se perde ali.
O mundo sempre vai censurar os amantes
Enquanto o tempo passa.

A licenciosa tradução que apresento acima para As Time Goes By dá uma demonstração da força poética de Casablanca. Um filme inesquecível sobre o amor e seus desencontros. Vale rever.

Nenhum comentário:

Postar um comentário