Nas livrarias a partir de hoje, Do amor e outras crônicas circulou por toda a semana passada 'informalmente' pela cidade e chegam comentários sobre o livro por e-mail, alguns dos quais tenho a motivação de responder neste espaço.
Leitora diz ter adorado o livro, mas observa ter "uma atmosfera triste e desencantada sobre o tema", o que afirma poder ser desinteressante para "os amantes mais felizes."
- Agradeço o comentário e concordo em parte. Acho que na nota do autor procurei explicar tal leitura dos relacionamentos, sem deixar de apontar para o lado bom e feliz dos mesmos. As crônicas pretendem explorar a face mais realista da vida amorosa, passada a fase de enamoramento que leva à equivocada impressão de que a felicidade é para sempre.
Uma outra elogia o trabalho e aplaude o que diz ser "o olhar do homem sobre questões tão femininas, algo não muito comum entre eles (sic)." Mas acrescenta: - "As mulheres sofrem muito mais que os homens e seu livro parece não levar isso em conta."
- Não percebi, acredite, que tenha estabelecido perspectivas de olhar sobre a dor decorrente das separações. Sendo mais claro: acho que homens e mulheres passam inevitavelmente por momentos de sofrimento quando o relacionamento acaba. O que é fato, quero crer, é que o rompimento vai doer muito mais em quem se sente preterido, independentemente de ser homem ou mulher. Ademais, cada um reage de forma diferente diante das turbulências, seja ele ou ela. Se você, leitora, exige de mim uma posição sobre ser um ou outro quem mais sofre nessas horas, penso mesmo que a mulher lida com mais equilíbrio com as dificuldades, as perdas, as desilusões passionais. O que não significa dizer que não sofra também. É que antes, antigamente, digamos, a decisão de terminar o relacionamento partia mais do homem. A mulher se submetia a relacionamentos falidos, renunciava ao direito de recomeçar sua vida sozinha e os casamentos, por exemplo, eram duradouros, para sempre, mesmo quando o amor deixara de existir ou mesmo nunca existira . Hoje, posso afirmar sem medo, os rompimentos decorrem em maior escala da decisão da mulher sobre continuar ou não o casamento, os namoros, as relações amorosas de qualquer ordem. Faz parte da sua bagagem de conquistas, da sua liberdade para decidir sobre a sua vida em todos os campos. O amoroso sobremaneira.
Ainda uma leitora diz que o livro é "pessimista e muito pra baixo, embora bem escrito e bonito (sic)."
- Com efeito o livro trata enfaticamente dos desencontros, o que me parece ser coisa recorrente em nossos dias. É ver por qual perspectiva é o amor cantado em prosa e verso na literatura, no cinema, no teatro, na música popular etc. Sem falar que poucas vezes dispensei ao tema a realidade da traição, do adultério, que, está no belíssimo "História do amor no Ocidente", de Denis Rougemont, confunde-se com a própria história do amor na cultura ocidental.
Por último, quero me referir a um comentário sobre o texto propriamente dito. Diz uma leitora: - "Embora já conhecesse suas crônicas do blog, li o seu livro e gostei muito. Tenho recomendado para as amigas. Como fazer para adquiri-lo.
- Que bom que você gosta do meu texto. É uma coletânea de crônicas tiradas do blog, de fato, o que dá ao livro um jeito de coisa mal alinhavada e, como digo na nota do autor, canhestra. É uma tendência que vem se afirmando na literatura de hoje, textos ligeiros, um tanto 'marginais', destituídos do bom acabamento da literatura 'maior'. Quanto ao que fazer para comprá-lo, está a partir de hoje na livraria Siciliano do Shopping Deo Passeo" e, na semana que vem, na Saraiva do Iguatemi. E, em meados desta semana, na Sicialiano da Santos Dumont. Obrigado pela divulgação.
Álder querido, parabéns pelo livro! Por mais que vc use da sua modestia nos comentários, tenho certeza que o livro é ótimo e será um sucesso. Como uma paulistana faz para adquiri-lo>
ResponderExcluirBjs com carinho,
Valéria