Leio na coluna de Hildernando Bezerra sobre o show de baixaria da cantora Paula Fernandes em Iguatu. Com o estilo elegante de sempre, Hildernando levanta uma bela reflexão sobre a vaidade humana, tomando por base a arrogância da cantora desde as suas primeiras horas na cidade -- e o barraco que aprontou durante a sua apresentação à noite. Acho que o colunista foi mais que generoso com a artista, chegando mesmo a cometer o que me parece um equívoco em termos de estética musical: - "Esta jovem cantora tem tudo para ser a nova Ângela Maria dos tempos modernos." Longe disso, meu caro.
Desde que fez a sua primeira aparição em nível nacional, sob a chancela de Roberto Carlos, é comum se ouvir falar do talento da garota, por muitos considerada a grande revelação da MPB nos últimos doze, quinze anos. Um exagero, para não lembrar que somos de fato o público menos exigente do mundo artisticamente falando. Há quem cometa o desvario de comparar o tal "fenômeno" à Norah Jones. Santa ignorância. Com uma voz enjoada que mais lembra Roberta Miranda, de quem me parece ter herdado, além do estilo, o incomparável mau gosto, Paula Fernandes tem da cantora americana o mesmo que eu de Frank Sinatra, ou seja, nada.
Quanto a formar "comissão de notáveis para recepcioná-la, incluindo autoridades locais e estaduais" (sic), meu querido Bezerra, é, aos meus olhos, tanta babaquice quanto exigir trânsito exclusivo no hotel, como quis a cantora. Coisa mais provinciana! Não me leve a mal, que já falei da elegância do seu texto e da forma inconfundível e invariavelmente inteligente com que o amigo brinda seus leitores, entre os quais figuro toda semana, com reflexões agudas sobre a vida de todos nós, pobres mortais. Essa gente não tem mais o que fazer que festejar chegada de cantora?
Falei de Norah Jones, que admiro desde 2002 Come Away Wite Me, seu álbum de estreia, e me ocorre lembrar um belo filme que só há pouco vi: Um beijo roubado, de Wong Kar Wai, em que Norah atua como atriz ao lado de Jude Law, Rachel Weisz e a impagável Natalie Portman. E atua bem, diga-se de passagem, na pele de Elizabeth, a jovem de coração partido que divide com as personagens de Jude Law e Natalie Portman o brilhantismo do filme.
Na linha de Anjos caídos (1995) e Amor à flor da pele (2000), com que explodiu como um dos maiores cineastas da atualidade, Kar Wai realizou com Um beijo roubado (2007) um dos seus filmes mais sedutores. A luz, com que dá ao colorido da imagem um tom intraduzível com palavras, e a trilha sonora estonteante de tão bela, por si só são capazes de conquistar o espectador. É aí que Jones, Law e Portman vão viver, como quase sempre na filmografia do diretor chinês, suas condenações aos diferentes estágios do amor.
Desde que fez a sua primeira aparição em nível nacional, sob a chancela de Roberto Carlos, é comum se ouvir falar do talento da garota, por muitos considerada a grande revelação da MPB nos últimos doze, quinze anos. Um exagero, para não lembrar que somos de fato o público menos exigente do mundo artisticamente falando. Há quem cometa o desvario de comparar o tal "fenômeno" à Norah Jones. Santa ignorância. Com uma voz enjoada que mais lembra Roberta Miranda, de quem me parece ter herdado, além do estilo, o incomparável mau gosto, Paula Fernandes tem da cantora americana o mesmo que eu de Frank Sinatra, ou seja, nada.
Quanto a formar "comissão de notáveis para recepcioná-la, incluindo autoridades locais e estaduais" (sic), meu querido Bezerra, é, aos meus olhos, tanta babaquice quanto exigir trânsito exclusivo no hotel, como quis a cantora. Coisa mais provinciana! Não me leve a mal, que já falei da elegância do seu texto e da forma inconfundível e invariavelmente inteligente com que o amigo brinda seus leitores, entre os quais figuro toda semana, com reflexões agudas sobre a vida de todos nós, pobres mortais. Essa gente não tem mais o que fazer que festejar chegada de cantora?
Falei de Norah Jones, que admiro desde 2002 Come Away Wite Me, seu álbum de estreia, e me ocorre lembrar um belo filme que só há pouco vi: Um beijo roubado, de Wong Kar Wai, em que Norah atua como atriz ao lado de Jude Law, Rachel Weisz e a impagável Natalie Portman. E atua bem, diga-se de passagem, na pele de Elizabeth, a jovem de coração partido que divide com as personagens de Jude Law e Natalie Portman o brilhantismo do filme.
Na linha de Anjos caídos (1995) e Amor à flor da pele (2000), com que explodiu como um dos maiores cineastas da atualidade, Kar Wai realizou com Um beijo roubado (2007) um dos seus filmes mais sedutores. A luz, com que dá ao colorido da imagem um tom intraduzível com palavras, e a trilha sonora estonteante de tão bela, por si só são capazes de conquistar o espectador. É aí que Jones, Law e Portman vão viver, como quase sempre na filmografia do diretor chinês, suas condenações aos diferentes estágios do amor.
Que o leitor me dê um desconto por ter guinado de Paula Fernandes a Norah Jones e Wong Kar Wai. Está dito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário