Amiga da praia me falara cheia de entusiasmo: - "Você precisa ler O Clube do Filme, é maravilhoso!" Dias depois, deparo com o livro na Cultura e me surpreende o nome do autor: David Gilmou. Mas, espera aí... O guitarrista da Pink Floyd? Não era. Trata-se de um crítico de cinema de quem - confesso - nunca ouvira falar. Mora em Tolonto, no Canadá, trabalhou no Festival Internacional do Cinema de lá e atualmente apresenta programa de tevê sobre a sétima arte. Compro o livro e, sentado a uma poltrona da própria livraria, leio as primeiras páginas. Não consegui mais largar.
O livro narra uma história real vivida por David. Desempregado, separado da mulher, sem dinheiro e atravessando, por motivos óbvios, um verdadeiro inferno astral, David tem pela frente mais um grande problema para resolver: o filho Jesse, 15 anos, acumula reprovações escolares em todas as disciplinas. É aí que o pai tenta a saída inusitada: o filho pode abandonar os estudos, desde que, em contrapartida, passe a ver obrigatoriamente três filmes por semana. Detalhe: com o pai.
A história seduz você de cara, simples e maravilhosamente bem contada como havia tempos não via de um autor inédito, pelo menos para mim. Não bastasse o enredo extremamente curioso, O Clube do Filme tem um jeito levíssimo de falar de filmes, o que não requer, pois, que o leitor seja um expert no assunto. Começa com um dos filmes da minha adoração, Os Incompreendidos, de François Truffaut, com que o pai-cinéfilo inicia o filho no mundo de sonhos do cinema.
O método deixa na poeira muita teoria sobre a verdadeira razão de ser da escola. Enquanto se divertem, assim, pai e filho procuram tirar dos filmes a que assistem o que há de fundamental em cada um deles, na perspectiva da forma e do conteúdo. De Truffaut, por exemplo, vem o gancho para discutirem o futuro de um adolescente que larga os estudos para enfrentar a vida sozinho. Com isso, como num milagre de que só a grande arte é capaz de operar, estão abertas para o pai as portas do existe de mais profundo na alma de um filho. Está selada a verdadeira amizade entre pessoas de mundos diferentes, mas igualmente carentes de afeto e entrega espiritual. Bonito.
Não bastasse discutir com leveza e encanto o que há de mais representativo de alguns filmes memoráveis, de A Doce Vida a Instinto Selvagem, de Os Reis do Iê, Iê, Iê a O Poderoso Chefão, o livro, já nas primeiras páginas, traz uma lição imperdível para aqueles que querem se iniciar na enriquecedora e incomparavelmente agradável experiência da cinefilia: "a segunda vez que você vê uma coisa é na verdade a primeira vez. Você precisa saber como a coisa termina antes de apreciar sua beleza desde o início." De resto, acho que a lição extrapola os limites do cinema. Na vida, quase sempre, também é assim.
O livro narra uma história real vivida por David. Desempregado, separado da mulher, sem dinheiro e atravessando, por motivos óbvios, um verdadeiro inferno astral, David tem pela frente mais um grande problema para resolver: o filho Jesse, 15 anos, acumula reprovações escolares em todas as disciplinas. É aí que o pai tenta a saída inusitada: o filho pode abandonar os estudos, desde que, em contrapartida, passe a ver obrigatoriamente três filmes por semana. Detalhe: com o pai.
A história seduz você de cara, simples e maravilhosamente bem contada como havia tempos não via de um autor inédito, pelo menos para mim. Não bastasse o enredo extremamente curioso, O Clube do Filme tem um jeito levíssimo de falar de filmes, o que não requer, pois, que o leitor seja um expert no assunto. Começa com um dos filmes da minha adoração, Os Incompreendidos, de François Truffaut, com que o pai-cinéfilo inicia o filho no mundo de sonhos do cinema.
O método deixa na poeira muita teoria sobre a verdadeira razão de ser da escola. Enquanto se divertem, assim, pai e filho procuram tirar dos filmes a que assistem o que há de fundamental em cada um deles, na perspectiva da forma e do conteúdo. De Truffaut, por exemplo, vem o gancho para discutirem o futuro de um adolescente que larga os estudos para enfrentar a vida sozinho. Com isso, como num milagre de que só a grande arte é capaz de operar, estão abertas para o pai as portas do existe de mais profundo na alma de um filho. Está selada a verdadeira amizade entre pessoas de mundos diferentes, mas igualmente carentes de afeto e entrega espiritual. Bonito.
Não bastasse discutir com leveza e encanto o que há de mais representativo de alguns filmes memoráveis, de A Doce Vida a Instinto Selvagem, de Os Reis do Iê, Iê, Iê a O Poderoso Chefão, o livro, já nas primeiras páginas, traz uma lição imperdível para aqueles que querem se iniciar na enriquecedora e incomparavelmente agradável experiência da cinefilia: "a segunda vez que você vê uma coisa é na verdade a primeira vez. Você precisa saber como a coisa termina antes de apreciar sua beleza desde o início." De resto, acho que a lição extrapola os limites do cinema. Na vida, quase sempre, também é assim.
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