A frase é de Hannah Arendt (1906-1975): - "Os homens, embora devam morrer, não nasceram para morrer, mas para recomeçar!" Nascida alemã, a pensadora teve a sua nacionalidade cassada em 1937 pelo regime nazista. Ficou apátrida durante um longo tempo, até naturalizar-se americana catorze anos depois. Em território norte-americano produziu o que há de mais significativo em sua obra, cuja essência pode ser traduzida em duas palavras: o que importa, verdadeiramente, é a inclusão do outro. Isso só seria possível, segundo ela, se se construísse uma sociedade pluralista, em que todos fossem livres e iguais.
Vejo hoje, com um nível de contentamento que não posso expressar com palavras, o Brasil melhor, mais justo, mais igualitário (sem fechar os olhos para as contradições que ainda existem) e mais livre. Nos shoppings, nos restaurantes, nos cinemas, deparo com pessoas que não costumava encontrar nesses lugares, porque sua condição financeira não permitia. Não à toa, pois, pesquisas recentes, como as do Gallup ou do Instituto de Pesquisa Aplicada, colocam o país entre os mais felizes (7,1 de satisfação), patamar semelhante aos de países de primeiro mundo, França, Espanha, Alemanha.
As ideias de Arendt, sem razões que possam ser identificadas com rigor, ocorreram-me por esses dias, quando já se vive o clima do Natal e o chegar de um novo ano. É que, pela força do imponderável, todos os corações, em alguma medida, tornam-se mais generosos, com doses de espontaneidade que se diferenciam de acordo com o perfil psicológico de cada um, e na proporção exata da formação humanística por que fomos educados. Mas me anima a percepção de que os sentimentos se tornam mais puros, mais sensíveis aos valores fundamentais pelos quais se deveriam orientar as nossas vidas sempre. Ao lado dos avanços sociais, podemos crescer como pessoas.
As ideias de Arendt, sem razões que possam ser identificadas com rigor, ocorreram-me por esses dias, quando já se vive o clima do Natal e o chegar de um novo ano. É que, pela força do imponderável, todos os corações, em alguma medida, tornam-se mais generosos, com doses de espontaneidade que se diferenciam de acordo com o perfil psicológico de cada um, e na proporção exata da formação humanística por que fomos educados. Mas me anima a percepção de que os sentimentos se tornam mais puros, mais sensíveis aos valores fundamentais pelos quais se deveriam orientar as nossas vidas sempre. Ao lado dos avanços sociais, podemos crescer como pessoas.
A essência desses valores, como lembram as palavras de Arendt, está em compreender a nossa possibilidade de renascer, em que pesem os descaminhos pelos quais tenhamos ou não dirigido os nossos passos até aqui, porque nunca é tarde para recomeçar, e para estender a mão solidária. É esta experiência que nos faz superiores às outras espécies, pelo milagre do renascimento interior, a cada novo dia, porque todos os dias, o ano todo, podem ser Natais dentro de cada um de nós. É possível recomeçar. Feliz Natal!
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