quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

A sorte da estrela

Eis que 2012, mal começou, chega ao fim. O mundo, felizmente, não, ao contrário do que anunciavam alguns. Mas que está ficando mais pobre, ah, isso está. Que me lembre, enquanto encaro a brancura do monitor a fim de produzir a última crônica do ano, fechamos a página sem Chico Anysio, Ivan Lessa, Décio Pignatari, Millôr Fernandes, Hebe Camargo, Oscar Niemeyer, Lêdo Ivo, para contar, não necessariamente pela ordem, grandes brasileiros que se foram. Sem esquecer, para além das fronteiras, Gore Vidal, Ray Bradbury, Nora Ephron, Hobsbawm...
 
Mas nem tudo, feitas as contas, terá sido tão ruim. Em que pesem as contradições e o que houve de inconfessável por trás de todo o processo, o julgamento do "mensalão" entrará para a História como um fato positivo por um Brasil mais correto do ponto de vista político e moral. A nossa economia, se não anda às mil maravilhas, como se chegou a anunciar, mantém o país numa situação confortável, e, queiram ou não as aves do mau agouro, que sempre há, nunca, em tempo algum, o brasileiro pôde beber e comer como fez agora... E vestir, viajar, se divertir!
 
Não à toa, pois, deparo nos jornais desta quinta-feira, 27, com os números da pesquisa DataFolha que apontam a presidente Dilma com 62% de "ótimo" ou "bom", o que só confirma a satisfação dos brasileiros com o país hoje. Mais importante, contudo, que a aprovação recorde da nossa dama de ferro, é o fato de que o Brasil, como jamais se pôde ver algum dia, exalta o governo de agora e o de antes, como atestam os números referentes ao ex-presidente Lula.
 
Se a eleição fosse hoje, diz a pesquisa, enquanto Dilma Rousseff teria 57% dos votos, Lula, num patamar que não tem precedentes aqui ou lá fora, em se tratando de um ex-presidente, obteria 56% no caso de ser ele o candidato  --  para um terceiro mandato, é importante frisar. De enrubescer de raiva e frustração, se pode concluir, os arautos do retrocesso, de que, na contramão da lógica e da honestidade de propósitos, este país ainda padece, apesar dos índices sociais animadores. Invejável o país que tem, entre os que sabem agradecer, os que podem chorar de barriga cheia. Que venha 2013, ops!, perdoem os desafetos, que 13 é a sorte da estrela  que não se consegue apagar! Sendo assim, feliz Ano-Novo! Para gregos e tucanos, desejo de coração!
           

2 comentários:

  1. Olá, Álder! Sem duvidas o NOSSO mundo ficou mais pobre, contudo, não ficamos de mãos vazias: temos um legado maravilhoso pelo resto dos tempos, é vero. Um legado de grandes seres.

    Um grande abraço e feliz 2013.

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  2. Prezado Álder

    A reflexão é uma forma de encontrar a verdade, e nesse sentido só tenho a lhe agradecer pela oportunidade de semanalmente refletir sobre assuntos, fatos e acontecimentos que para mim seriam verdades estabelecidas, mas que você me faz ve-las em outra perspectiva. Você escreve de forma clara, objetiva e isso é muito bom. Parabéns!!!
    Nesta semana, por exemplo, poderia argumentar que alguma parcela da fartura de hoje deve-se a medidas tomadas atrás, algumas até mesmo durante os governos militares. Mas isso é assunto para muitos cafés ....
    Um forte abraço, com meus votos de muitas felicidades em 2013 junto aos familiares.
    José Luiz

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