Não era preciso agir como Pitonisa, a sacerdotisa do oráculo de Delfos, a quem cabia adivinhar o futuro dos gregos na Antiguidade, para ver o que estava por ocorrer à seleção brasileira na Copa do Mundo que termina nesse domingo. Bem antes do jogo com a Croácia, para ser claro, estampava neste espaço afirmações como as que, ipsis litteris, reproduzo abaixo:
"Ouso afirmar: temos nesta Copa do Mundo a mais débil das seleções em condições de disputar a 'taça', a mais medíocre (no sentido etimológico da palavra) das formações levadas a efeito desde 2010, quando fomos desclassificados pela Holanda naquela tarde infame na África do Sul. Exagero? Não, mas consciência de que nos falta muito para justificar qualquer otimismo já nas oitavas de final, quando teremos pela frente adversários tradicionais.
O time, que, como disse, apresenta visíveis limitações em valores individuais, é muito pior em termos coletivos. Não sabe recompor suas alternativas táticas (não há um esquema sólido) quando recupera a bola no setor defensivo, claudica nos contra-ataques, notadamente quando perde tempo com jogadas individuais de Neymar na intermediária, o que possibilita ao adversário se reestruturar defensivamente, e não tem criatividade nas proximidades da área adversária. Resta, desse modo, a expectativa de um lampejo de Neymar ou Fred, cujas qualidades técnicas são infinitamente menores que as do atacante do Barcelona."
Nada, contudo, que se pudesse prever nos termos da ignominiosa derrota de 7 x 1 para a Alemanha, a mesma seleção que, mal começava a competição, apontei aqui como a mais séria candidata ao título de campeã mundial de 2014. E é sobre este passado, agora, que me reservo o direito de tecer algumas considerações. Vamos lá.
São todos, comissão técnica, Felipão e, principalmente, jogadores, responsáveis pela infame atuação de terça-feira. Perder era coisa fácil de antever, que era inconteste a diferença de qualidade que separava o Brasil, não apenas da Alemanha, mas de times a que os resultados desta Copa não fizeram justiça, Costa Rica, México e Chile, por exemplo, bem superiores ao time brasileiro.
Esses foram desclassificados pelo que é próprio do futebol e sobrevém no curso de sua imprevisibilidade. O time brasileiro, porque era ruim, desprovido de inspiração e equilíbrio emocional, fatores a que me referi em outra crônica, como se pode ver abaixo.
"[...] falta ao time brasileiro, entre outras qualidades, maturidade, e não me refiro à faixa etária do elenco, algo em torno dos 27 anos. Refiro-me ao equilíbrio no "antes" da partida, quando da execução do Hino, para ser mais claro, quando os nossos craques externam nos olhos rútilos e nos lábios trêmulos a falta de firmeza para o combate que se avizinha."
A cena dos nossos jogadores abraçados à camisa de Neymar, durante a execução do hino, como faz a viúva jovem à roupa do defunto amado, seria comovente, não fosse ridícula. E que dizer dos afagos insistentes de Thiago Silva em David Luiz e em Dante (seu substituto desastroso), minutos antes de começar a partida?
Ah, bom menino, não é isso que se espera de um capitão! Ali, mesmo antes do apito inicial, dávamos a ver a nossa 'imaturidade' e o nosso despreparo para encarar a racional serenidade dos alemães. Era monstruosa a disparidade. Era gigantesco o abismo que nos separava do nosso antagonista. Para não falar, é óbvio, da superioridade europeia do ponto de vista físico, técnico e tático. Da nossa falta de vergonha diante do mundo. Da nossa indignidade perante uma Nação!
"Ouso afirmar: temos nesta Copa do Mundo a mais débil das seleções em condições de disputar a 'taça', a mais medíocre (no sentido etimológico da palavra) das formações levadas a efeito desde 2010, quando fomos desclassificados pela Holanda naquela tarde infame na África do Sul. Exagero? Não, mas consciência de que nos falta muito para justificar qualquer otimismo já nas oitavas de final, quando teremos pela frente adversários tradicionais.
O time, que, como disse, apresenta visíveis limitações em valores individuais, é muito pior em termos coletivos. Não sabe recompor suas alternativas táticas (não há um esquema sólido) quando recupera a bola no setor defensivo, claudica nos contra-ataques, notadamente quando perde tempo com jogadas individuais de Neymar na intermediária, o que possibilita ao adversário se reestruturar defensivamente, e não tem criatividade nas proximidades da área adversária. Resta, desse modo, a expectativa de um lampejo de Neymar ou Fred, cujas qualidades técnicas são infinitamente menores que as do atacante do Barcelona."
Nada, contudo, que se pudesse prever nos termos da ignominiosa derrota de 7 x 1 para a Alemanha, a mesma seleção que, mal começava a competição, apontei aqui como a mais séria candidata ao título de campeã mundial de 2014. E é sobre este passado, agora, que me reservo o direito de tecer algumas considerações. Vamos lá.
São todos, comissão técnica, Felipão e, principalmente, jogadores, responsáveis pela infame atuação de terça-feira. Perder era coisa fácil de antever, que era inconteste a diferença de qualidade que separava o Brasil, não apenas da Alemanha, mas de times a que os resultados desta Copa não fizeram justiça, Costa Rica, México e Chile, por exemplo, bem superiores ao time brasileiro.
Esses foram desclassificados pelo que é próprio do futebol e sobrevém no curso de sua imprevisibilidade. O time brasileiro, porque era ruim, desprovido de inspiração e equilíbrio emocional, fatores a que me referi em outra crônica, como se pode ver abaixo.
"[...] falta ao time brasileiro, entre outras qualidades, maturidade, e não me refiro à faixa etária do elenco, algo em torno dos 27 anos. Refiro-me ao equilíbrio no "antes" da partida, quando da execução do Hino, para ser mais claro, quando os nossos craques externam nos olhos rútilos e nos lábios trêmulos a falta de firmeza para o combate que se avizinha."
A cena dos nossos jogadores abraçados à camisa de Neymar, durante a execução do hino, como faz a viúva jovem à roupa do defunto amado, seria comovente, não fosse ridícula. E que dizer dos afagos insistentes de Thiago Silva em David Luiz e em Dante (seu substituto desastroso), minutos antes de começar a partida?
Ah, bom menino, não é isso que se espera de um capitão! Ali, mesmo antes do apito inicial, dávamos a ver a nossa 'imaturidade' e o nosso despreparo para encarar a racional serenidade dos alemães. Era monstruosa a disparidade. Era gigantesco o abismo que nos separava do nosso antagonista. Para não falar, é óbvio, da superioridade europeia do ponto de vista físico, técnico e tático. Da nossa falta de vergonha diante do mundo. Da nossa indignidade perante uma Nação!
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