Escrever sobre relacionamentos é sempre um desafio. Primeiro porque se corre o risco de ter confundida a sua vida amorosa pessoal com o tema sobre o qual está desenvolvendo suas ideias, mesmo quando se tenta intelectualizar a reflexão. De minha parte, com uma bagagem de três casamentos e a experiência concreta do que deu e do que não deu certo em cada um deles, a coisa se torna ainda mais delicada. Para não falar das incompreensões e dos julgamentos a que você fica exposto. E do zelo em preservar a imagem de pessoas que passaram por sua vida e que hoje vivem uma outra realidade.
Mas, como é este um tema fascinante e a história de quase todos é mesmo a eterna busca do outro, como no mito de Platão, vira e mexe é sobre isso que escrevo, o que, sem falsa modéstia, tem agradado aos leitores, sobretudo às mulheres, a concluir pelos e-mails que recebo, pelos telefonemas que não raro voltam ao assunto de uma crônica ou pelas vezes em que me abordam na rua. E é isso que move as pessoas que escrevem, mesmo aquelas para as quais o ato de dar forma ao pensamento é quase sempre um mecanismo de catarse aristotélica, isto é, um meio de superar as tensões mais íntimas e libertar os demônios interiores que nos afligem. De purificar a alma.
Ingmar Bergman, o cineasta sueco sobre cuja obra venho pesquisando, é emblemático sobre essa necessidade que todo artista sente de compreender os desencontros da vida humana. A propósito, li outro dia uma crônica de Paulo Francis, de abril de 1977 e reeditada numa excelente coletânea orgnaizada por Nelson de Sá, em que o polêmico articulista diz exatamente isso: - "Todo filme de Bergman é a irresistível atração afetiva de um homem por uma mulher, e vice-versa, e a incapacidade, dolorosa e dolorosamente expressa em choques monumentais, de concretizarem algo duradouro".
Dando um desconto na simplificada conclusão de Francis, acho mesmo que uma grande parte da filmografia de Bergman é, sob algum aspecto, uma tentativa (genial do ponto de vista estético!) de buscar entender a recorrente experiência de homens e mulheres que se acham e se perdem nos caminhos de suas vidas, e, como afirma o jornalista e escritor carioca, acabam se conformando com as imperfeições da natureza humana, com o fato de que nascemos e morremos carentes afetivamente".
Esta a razão por que o tema é de fato uma marca deste colunista, na sua incansável motivação de levantar reflexões sobre esse sentimento que faz da vida de homens e mulheres uma caminhada ao improvável encontro daquelas emoções deliciosas, daquelas experiências ardorosas, mágicas, cheias de encanto -- e insubstituíveis!, da paixão.
Mas, como é este um tema fascinante e a história de quase todos é mesmo a eterna busca do outro, como no mito de Platão, vira e mexe é sobre isso que escrevo, o que, sem falsa modéstia, tem agradado aos leitores, sobretudo às mulheres, a concluir pelos e-mails que recebo, pelos telefonemas que não raro voltam ao assunto de uma crônica ou pelas vezes em que me abordam na rua. E é isso que move as pessoas que escrevem, mesmo aquelas para as quais o ato de dar forma ao pensamento é quase sempre um mecanismo de catarse aristotélica, isto é, um meio de superar as tensões mais íntimas e libertar os demônios interiores que nos afligem. De purificar a alma.
Ingmar Bergman, o cineasta sueco sobre cuja obra venho pesquisando, é emblemático sobre essa necessidade que todo artista sente de compreender os desencontros da vida humana. A propósito, li outro dia uma crônica de Paulo Francis, de abril de 1977 e reeditada numa excelente coletânea orgnaizada por Nelson de Sá, em que o polêmico articulista diz exatamente isso: - "Todo filme de Bergman é a irresistível atração afetiva de um homem por uma mulher, e vice-versa, e a incapacidade, dolorosa e dolorosamente expressa em choques monumentais, de concretizarem algo duradouro".
Dando um desconto na simplificada conclusão de Francis, acho mesmo que uma grande parte da filmografia de Bergman é, sob algum aspecto, uma tentativa (genial do ponto de vista estético!) de buscar entender a recorrente experiência de homens e mulheres que se acham e se perdem nos caminhos de suas vidas, e, como afirma o jornalista e escritor carioca, acabam se conformando com as imperfeições da natureza humana, com o fato de que nascemos e morremos carentes afetivamente".
Esta a razão por que o tema é de fato uma marca deste colunista, na sua incansável motivação de levantar reflexões sobre esse sentimento que faz da vida de homens e mulheres uma caminhada ao improvável encontro daquelas emoções deliciosas, daquelas experiências ardorosas, mágicas, cheias de encanto -- e insubstituíveis!, da paixão.
Olá, Álder!
ResponderExcluirBelo texto. Meu destaque fica por conta da citação que fez de Paulo Francis, a qual é verdade e dou fé: “... homens e mulheres... acabam se conformando com as imperfeições da natureza humana, com o fato de que nascemos e morremos carentes afetivamente".
Abraços!